Meus projetos pessoais são uma tentativa de compartilhar como vejo e experimento a vida, comunicando não só a minha própria verdade, mas também a confluência entre a beleza e a estranheza que encontro nas pessoas, na natureza e na morte. Uma fotografia pode nem sempre ser o que parece, para mim fotografia é sobre momentos que ganham vida sem qualquer forma pré-concebida. As cores se fundem, o preto se transforma em branco como um segredo e seja no formato analógico ou digital, a fotografia tem sido meu porto seguro e um instrumento de expressão e prática de ideias. Há alguns anos meu foco é contar histórias: reportagens sobre gênero, feminismo, sexualidade e liberdade. A subjetividade dos personagens reais que estão diante de mim e com eles mergulho no banal e a cada dia em minhas composições, expandindo para o mundo exterior micronarrativas que não dizem mais respeito apenas às pessoas diretamente envolvidas. Visualmente minhas imagens narram um tempo, uma geração e uma nova forma de pensar. Por meio de fotografias íntimas e altamente pessoais, dialogo com a exposição de mim mesmo nos circuitos midiáticos e problematizo temas contemporâneos. No momento, o objetivo da minha concentração está em questões como o feminicídio e a desigualdade de gênero. Vejo que os problemas sociais, raciais e de gênero do Brasil requerem o fomento de um debate que deve atingir não só a comunidade artística, mas toda a sociedade. Por meio de pesquisas, venho questionando como podemos estabelecer ações sociais por meio da arte que façam a sociedade repensar um novo caminho.